quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Era uma vez um Reveillon

Real Marina d'Alhandra by night

Aos vinte e nove dias do mês de Dezembro, pelas 22 horas, do ano da graça de Deus Nosso Senhor de 2008, reuniram-se num famoso bar de Corsários, á beira Tejo plantado 4 Skippers Capitães da malta (e alguma tripulação), mais concretamente:
Cap. Carlos Bolock (N.V.Galileo); Cap. Miguel de Gomez (N.V.Nostrum); Cmdt Toka-Toka (N.V.Volare) e Cmdt El Ostrero (moderador convidado), tudo isto com o intuito de se discutir os pormenores do tão almejado Reveillon sur la riviere au Terreiro do Paço.

O inicio da reunião foi algo conturbado mostrando alguma desorientação por parte das partes envolvidas, inclusivé dando ouvidos a boatos vindos do exterior o que provocou certo mal estar, demonstrando que o moderador não estava devidamente preparado, passamos a breve resumo da acta da reunião.

TT - Posso sentar-me nesta mesa?
CB- Senta antes numa cadeira, ficas mais confortável.
TT - Então como é que é, vamos para baixo e a que horas?
MG – Vai estar mau tempo
(já começaram a desconversar)
TT – Então e depois? Whatses da probleme?
CB – Ah e tal, o Uinde Guru diz que vai tar vento, alguns quinze nozes.
TT – È da maneira que escusamos de levar frutos secos.
MG – Ah, mas o Uinde Guru também diz que vai tar a chover.
(Aqui o moderador teve mal, devia ter intervindo, informando que ninguém tinha pedido a opinião ao tal Guru, quando muito podia-se ter pedido o parecer do Ti Manel Gomes)
MG- Se tiver a chover não podemos sair do barco.
(Compreensível, tá a chover, temos de ficar no barco, mas também tenho conhecimento de situações de bom tempo, em que acontece o inverso, tá bom tempo e o people em vez de ficar no barco, pura e simplesmente, não sai do barco, alguém que compreenda)
MG – E temos de sair muito cedo, por causa da maré, ou então vamos contra a maré!
TT – Porra!! Só contrariedades, então vamos para cima, aproveitamos a maré e vamos para Punta Valada.
CB – Para aí vamos na Páscoa
TT – Então passamos aqui n’Alhandra que só cá vimos todos os dias.
E O – Vai buscar o Computador para tirarmos as teimas.
(Fazendo as respectivas consultas aos saites, ficou tudo na mesma)
TT – Saímos daqui, nem que seja para ir até Vila Franca e dormimos lá na marina.
CB – Ah, mas aquela marina faz muito barulho, os postes, as borrachas, e tal etc.
MG – Sim, mas se é só para ir até Vila Franca não vale a pena, só o trabalho que dá a desatar os cabos.
(O moderador não tava cá a fazer nada, a não ser dizer mal do computador)
TT – Em que ficamos, a reunião tem de acabar.
(Passa ao lado o Dani e diz: “se eu tivesse o barco na água, ia de qualquer maneira”, isso já nós sabemos, ele vai sempre de qualquer maneira)
Alguém pergunta: Onde anda o Cap. Paul Nunez? Era um bom gaijo para desempatar esta merda.
Alguém diz: Foi numa expedição para terras geladas, não faz cá falta.
MG – Então ficamos assim: encontramo-nos aqui depois de almoço no dia 31 e logo vemos.

Conclusão:
Eu também estou a ver, vai tar de chuva e vento como dizia o outro, ninguém vai para lado nenhum, o people fica nos barcos a embebedar-se, quanto ao fogo de artificio, sempre posso queimar os fachos de mão e os very ligths fora de prazo, até se pode dar o caso de ir preso, sempre posso pedir prisão domiciliária, fico no barco.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Bacalhau é no Baptista


Pois é, mas neste dia o nosso Machadinho (o tal da cabrinha), comemorava a sua futura passagem á situação de reforma e encomendou cozido á portuguesa para todos.
Na foto temos a Marieke (sensual galega), a dona Né Né, feliz proprietária da tasca, ou tascão, onde outrora já se comeu bem (palavras do Veiga), Capitão João Veiga na foto, reclamava do serviço, mais uma fomos obrigados a comer na cozinha.
Na foto, a Bombordo do Cap. Veiga encontra-se o ex-libris da casa, o nosso amigo da Noruega.
Entretanto o nosso Machadinho ficou na mesa a malhar uma garrafa de "Sem Espinhas", quiçá a dar de beber a uma nova cabrinha.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Uma estória Trágico-Maritima

A pedido de várias familias, após varios relatos e outros tantos almoços no Baptista, lá conseguimos localizar o celebre relato da não menos celebre cabrinha do nosso Machadinho, a tal que se sacrificou um dia para salvar o dono.
(Nova edição, revista e aumentada, segundo relatos do protagonista)

"Era o dia 27 de Maio do ano da graça de 2006.
A armada da Avela participava nas operações de busca e salvamento do veleiro luso gaulês que tentara arribar à barra de Aveiro mas que, sem vento, abatia perigosamente sobre os areais da Vagueira, sem vislumbrar as almejadas terras de Espanha, areias de Portugal.
Do seu barquinho atracado na Lota Velha, o Capitão Albuquerque Machadinho, olhava ansioso para o monitor do seu radarzinho, orientando a armada nas operações de Busca e Salvamento em curso (ver post do Ventosga sobre o mesmo tema).
Terminadas a bom termo as operações, foi o nosso Capitão ao porão do Bruminha buscar o que restava dos biscoitos salgados da ultima viagem e dois tonéis de vinho de torna viagem que estavam, diga-se, de estalo.
Eis que aparece no cais o Capitão Licas Corte Real que, fazendo companhia nos biscoitos e nos tonéis ao Capitão Albuquerque Machadinho, apanham duas cabras de monumental tamanho, só comparáveis em dimensão à estatua da Liberdade ou ao Empire State Building, no mínimo.
Decide o Capitão Machadinho rumar a Saint Jacint sur Mer, rondavam as 2300, não sem antes me ter ligado por telemóvel, tentando convencer-me a acompanhá-lo, o que não fiz apenas por àquela hora já me encontrar a xoinar com todos os serrotes e violoncelos.
A questão foi que ao desencostar o Bruminha, o Capitão Albuquerque Machadinho, segurando com uma mão o cabo de amarração da embarcação e com a outra a corda de prender a cabrinha, situação de equilíbrio manifestamente instável, não resistiu ao desequilíbrio e malhou com todos os costados nas aguas da Ria, com o Bruminha a afastar-se, levando-o a reboque.
Aqui deu-se um comovente episódio, de que chamo a vossa atenção.
Ia o Capitão Albuquerque Machadinho e a cabrinha a reboque do Bruminha nas escuras aguas da Ria, eram 2300.
(Segundo as palavras do Cap. Machadinho, as águas esstavam cálidas, 17º, vá lá 18º e o motor do Bruminha a trabalhar, fazia um delicioso "pok, pok, pok, pok, pok")
Não conseguindo subir a bordo sem libertar a cabrinha, esta, querida, sacrificou-se para o salvar.
Libertando a corda que prendia a cabrinha, usou-a o Capitão donatário para subir a bordo, salvando-se das aguas. A cabra, essa, não sabendo nadar e sem a corda que a segurava, afogou-se irremediavelmente na imensidão das aguas.
(O nosso Cap. Machadinho, ainda hoje se comove com os olhinhos da cabrinha, olhando para ele nos ultimos momentos, sabendo esta que teria de se sacrificar para salvar o dono).
Esta história comovente do sacrifício de uma cabra para salvar o seu capitão, figura já ao lado das histórias dos Sepulvedas na Trágico-Maritima Portuguesa."

(Edição original no "Mar adentro Ventosga" do Cap. Veiga)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Falso alarme ou simulacro

O dia 22 de Novembro amanheceu com um aparato fora do normal na Real e Mui Nobre Marina d'Alhandra, um forte dispositivo de Fuzos preparava uma frota de embarcações de borracha, daquelas de encher a sopro.


O meu primeiro pensamento foi, que uma vez fracassado o assalto á ribeira do Porto, talvez estivesse iminente um assalto ás águas Taganas de alguma embarcação proveniente da zona a Norte do Cabo Mondego, quiçá com uma bandeira do F.C.P. içada.

Esta hipotese começou a ser mais consistente quando vi que o dispositivo de fuzileiros se deslocava na direção da barra do Tejo, mas eis que alguem me diz, épá, acho que estão a simular um simulacro, ora bolas, ainda não foi desta que o Navio á Vela mais esbelto de Aveiro penetrou em águas Alhandrenses, talvez um dia, com mais vagar.




Os barcos de borracha lá se dirigiam na direcção do grande mar oceano a fim de prevenir a invasão.