sexta-feira, 27 de junho de 2008

O Capitão das Ostras ou as aventuras do Cmdt Ostreiro

Decorria o dia 21 de Junho do ano da graça de Deus Nosso Senhor de 2008, uma armada (de dentes) proveniente d'Alhandra descia a Cala das Barcas, com destino a Belem, terra onde nasceu o puto mais calão de que reza a História, (ou estava deitado, ou estava estendido nas palhas).
De salientar que o tema de conversa mais temático em vesperas de descida de rio, é sempre o mesmo, ou seja:
A Boia nº 1, que por acaso é verde (ferrugem), e ainda por cima é cónica, está desviada da sua posição, tem de ser contornada ao contrário da sua indicação, ou seja em lugar de lhe darmos o nosso EB, temos de lhe dar o nosso BB, isto claro no sentido ascendente, ou seja no sentido em que normalmente convêm ler o Sistema de Balizagem Lateral "IALA" da região "A", que por acaso até é aquela em que o Atlantico Norte - Rio Tejo - Cala das Barcas, está inserido, ainda por cima este ano saiu nos "Avisos aos Navegantes", mesmo que qualquer grande navegador de barco em terra, não fosse frequentador da esplanada dos navegantes, navegador que é navegador, lê os avisos aos navegantes e faz o trabalho de casa, nem que seja para navegar uma só vez por ano, os Avisos fizeram-se para serem lidos e o Instituto Hidrográfico da Marinha agradece.
Não é por nada, mas andámos nós a queixar-mo-nos que a boia tava fora do sitio, e agora que a coisa tá por escrito, ninguem lê, Phoenix.

Bem, continuando, a dada altura ouve-se a comunicação de que o "Nichu's" estava encalhado na ostra, imaginem onde, nem eu.
Acho que deve ter sido uma coisa linda de ver, um Sloan 34 em aço, que cala 1,90m, com a tripulação á sua volta com água pelo joelho.
Quem ia ao leme?
Ninguem se desbroncava, havia contra informação a circular, só ao final do dia e no apuramento de responsabilidades é que a verdade veio ao de cima, qual azeite.
Era o meu colega de curso e dos serões da Escola Náutica, o Capitão Ostreiro, grande discipulo do não menos famoso Vasco Moscoso de Aragão (Capitão de Longo Curso).
Ainda me recordo que cada vez que esta dupla assumia o comando de um navio, a tripulação desertava no primeiro porto, aos gritos de "bota pró fundo".
Finalmente ao saber quem vinha ao leme prontifiquei-me a pôr fim a esta polémica questão, liguei imediatamente para outro colega de curso, agora Capitão do Porto de Lisboa, e disse-lhe:
"ó Tó Zé, lança para aí um edital a anunciar que abriu a época de apanha da ostra na Cala das Barcas, o Ostreiro fez merda outra vez".
Conclusão e moral da História, na Cala das Barcas não se encalha, apanha-se ostras, na falta desta há lambujinha ou minhoca da lama.



Novo projecto Van de Stadt 34, vocacionado para apanha de ostras e outros bivalves

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois, é verdade mas não se esqueçam de duas coisa:
1 - Só erra quem faz, e só encalha quem navega.
2 - Só encalham os barcos de verdade pois existem por aí uns alguidares de plástico a que chamam de "veleiros" com uma amostra de "quilha" retráctil que gostavam um dia de poder encalhar desta maneira..... Invejosos!!!