domingo, 6 de maio de 2012

Uma história quase trágico-marítima (em forma de poesia)

Ao final da tarde fui á Secção
Tive de fazer um resgate ao largo do Mouchão
Vi um gajo a fazer largos em frente ao museu
pensei, o que é que lhe deu
Com a água a vazar e ondulação
Para onde é que eles vão?
Para onde ele quer ir
Pensei que não devia estar a curtir
Ficou sem motor, ele e os cães
Pensei, telemóvel não tens
Começou a dar aos braços, tava eu na ponta da marina
será que me está a confundir com uma garina?
Quando pensei em bazar dali para fora
vi que não estava a dizer "adeus, ó vai-te embora"
afinal tava aflito
peguei num barco e fui ter com o dito
lá mais abaixo o consegui agarrar
dei-lhe um cabo para atar
nem um nó sabia dar
dei por mim com a água do Tejo a rebocar
com algum custo á Alhandra conseguimos chegar
e eu cheguei atrasado na hora de jantar


terça-feira, 3 de abril de 2012

Reposição de Stock

Com vista á nova época estival que se aproxima, foi efectuada a reposição do stock a bordo, mesmo em tempos de crise, não se poupou esforços para que o conforto a bordo não falte.


Espero que as outras tripulações sigam este nobre exemplo, porque o tempo não está para "cravas", e a crise bate á porta de todos, e eu gostava de aguentar o stock pelo menos uns oito dias.


Façam como eu, não há amêndoas para ninguém e quem quiser ovos que os ponha, e o coelhinho que vá com o palhaço no comboio ao circo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Sr. Silva

Depois das manifestações de desagrado ás palavras do Sr. Silva, "O incompreendido", a MAMA, ouviu e re-ouviu as suas palavras e mostra a sua total solidariedade para com o injustiçado.

Senão vejamos, as suas palavras foram que: "a reforma poderá não dar para pagar as suas despesas", ele não disse que ganha pouco de reforma, ele quis dizer é que tem muitas despesas, é diferente, pronto.

Neste momento apenas nos resta mostrar as nossa total solidariedade e aceitá-lo como sócio Honorário da MAMA, ficando isento do pagamento de jóia e quotização.

Neste momento estão á sua disposição e da respectiva Maria, as nossa sede flutuante, assim como a nossa agenda cultural que passamos a citar:

2ª Feira - Almoço no barco
3ª Feira - Almoço na tasca "A Floresta"
4ª Feira - Almoço na tasca do Bento "Golfinho Branco"
5ª Feira - é dia de cozido á Portuguesa no "Galo"
6ª Feira - Almoço nos "Grelhados do TUCA"
Sábado - Almoço na tasca "Borda dágua"
Domingo - descanso do pessoal

Aníbal, junta-te a nós, reduz as tuas despesas, entrega-nos a reforma.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal

Como dizia o outro "mamai-vos uns aos outros", nesta época e não só.

Se o meu tio, Sua Brochelência o Bispo de Ourém e Fátima, sabe que escrevi esta cena, nunca mais me dá a mesada.

Beijos e abraços, love and kisses, etc, etc.

P.s: Não tenho andado inspirado, desculpem.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Não te deixarei morrer David Crockett ( V )

Desta feita mais um pequeno episódio de ficção, passado lá num clube á beira Rio plantado, cuja semelhança com a realidade é mera coincidencia.

Convocaram-se todos os sócios (pagantes, passantes e não) para um plenário de sócios (vulgo assembleia geral) a realizar um dia destes.

Ao respectivo plenário assistiram alguns dirigentes do mesmo, sócios, nem por isso.

Atão onde param os 71 sócios que elegeram os corpos gerentes por maioria?
Pelo menos um ou dois podiam ter lá ido, pá, assim não se brinca, os homens até se esforçaram, meteram cadeiras pelo menos para uma boa meia dúzia, não fora um tal de António Soares (Caxuxo) e a coisa passava em branco, e mesmo esse foi como dirigente.

Como ouvi dizer uma vez ao Sr Bush, "shame on you"

Podem dizer o que quiserem mas não estou a relatar nenhuma inverdade.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Dia de Romaria



Como diz o ditado popular, depois da tempestade vem o Bonanza, e assim que se dissipou a forte depressão que se abateu sobre esta vila á beira Tejo plantada, vieram os profetas da desgraça efectuar a sua analise dos estragos.

Estando fora de moda as romarias á Nª Senhora da Conceição e do Cabo da Vila, este domingo, dia de passeio, como diz a canção, (só faltava mesmo o rapaz a pedir queijadas), foi dia de romaria á Nª Senhora do Flutuador Que Deu á Costa.



Pouco tempo depois da transformação do Tri em Cata



No dia dos acontecimentos, chuvas, ventos, marés, lixo, mas... onde estão eles?


Ena, ena, hoje é dia de sol, vamos ver o flutuador, o passadão já tá limpo, não sobra pra nós, vamos lá dar uns bitaiques, viva o Bonanza.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Apontamentos de Náutica

Regeira:
- Espia passada a amarra, a bóia, terra ou lugar conveniente para dar movimento ao navio, especialmente para fazer cabeça ou mantê-lo fixo.
Os portugueses usavam-na na Índia, principalmente para bater a terra, melhorar a posição do navio por meio de virador dado a ancorote devidamente espiado.

Hoje em dia é utilizada nas nossas amarrações de marina e pontões adjacentes, alertamos para os armadores que utilizam este cabo como amarração permanente, para o facto de não se esquecerem de o desamarrar (nomeadamente na proa), sob pena de a embarcação se atravessar na corrente, então com a corrente pela proa é uma trapalhada das grandes, como já se veio a verificar, e depois, vem lá o Murphy e diz que quando as coisas estão mal a tendência é para piorar, então se a embarcação for grandinha ainda pior.

Diz quem viu acontecer coisas destas que foi um espectáculo digno de, sei lá... foi mau, foi a tragédia, o horror... o drama!!!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

De 4 (quatro) para O (zero), de repente!

Então e aquela de um grande navegador, aqui destes lados que não digo o nome nem que me apertem os ditos.

Aqui o people bem diz que quando eu morder a língua, morro envenenado, mas até lá que se lixe, faço como o Poeta Alegre, "a mim ninguém me cala".

Atão não é que ia uma tripulação maravilha, (daquelas escolhidas a dedo), pela Cala das Barcas abaixo, (a que atravessa o Tenebroso, leia-se Mar da Palha), discutiam então em pleno andamento, (deslocamento, como queiram chamar), a teoria de passagem da balizagem, "ah e tal a Bóia 1 passa-se ao contrário, não se passa nada, do outro lado não há água (nem vinho), quando de repente acontece o evitável, ouve-se o estrondo e o cabecear típico de habitual encalhanço.

Recomposta do susto, o armador pergunta ao tipo que ia ao leme:

Pá, que foi isto?
- Encalhámos, fdsss!!!
Pois, isso sabemos mas não viste por onde ias?
- Claro que vi, até ia com 4 metros d'áuga e de repente ficou a Zero, olha pra aqui, tá a Zero!
Isso é o Odometro, ias a 4 nós, encalhás-te ficas-te parado, Zero nós.
- Olha, se calhar foi isso...

LOL...

quinta-feira, 30 de junho de 2011

"aqui não se pode comer, e pôe-te a pau"

O abaixo descrito é tão absurdo que só pode ser fixação cientifica e da boa, por isso peço que não levem a sério, digo eu.

Depois da cena "do aqui não se pode pintar", agora vem a cena do "aqui não se pode comer", passo a relatar, :

- Atáo não é que um grupo de sócios lá do clube, cometia do abuso de todas as semanas almoçar lá á sombra do barco de outro sócio, só que o espaço ocupado pela mesa, que era montada e desmontada na hora, foi abruptamente ocupado, e dificultado o acesso, por uma "mão-cheia" de atrelados vazios, que deviam de estar a estorvar noutros sitio, mas pronto assim foram estorvar quem estorvava.

O desgraçado do cozinheiro ( que por acaso tem nome de peixe seco) e proprietário do barco que fazia a sombra, foi apanhado no meio da rua pelo Cabo da Guarda, há tempos promovido a Sargento de Dia á caserna, e diz-lhe, "pá a partir de agora acabaram-se os almoços á sombra do barco, e põe-te a pau comigo que eu não sou o César" (ainda hoje tou para saber o que o Imperador Romano tem a ver com isto, mas prontes".

Sem mais explicações, o Cabo da Guarda mete-se na sua viatura auto-propria e diz-se que até hoje não apareceu, deve andar a acartar bilhas de gás, dizem.

Cenas como esta, fazem-me lembrar coisas da tropa, tinha-mos lá na Companhia, um Cabo Readmitido, que carinhosamente chamava-mos Rato Mickey, que por acaso uma vez por mês, fazia o serviço de Sargento de Dia, nesse dia o gajo era o "Sargento "mais fudido do Regimento, quem o visse a acordar o pessoal de manhã, até parecia que távamos na tropa.

Mas do mesmo modo que o pessoal não se levantava da cama, os almoços também não vão parar, como diz o ditado "não sirvas a quem serviu".

Tou mesmo a ver, um dia destes vem o Cabo da Guarda (coisa horrorosa), e diz-me em andamento "pá, não podes escrever, olha que eu não sou, (deixa cá ver)... huum, isso mesmo!!!

in "Memórias de um tripulante"

domingo, 8 de maio de 2011

Só a Inveja os mata (aos outros)



Como vem sendo habitual, sábado seguinte á data de 4 de Maio, efectua-se o respectivo ritual de Bar aberto a bordo do Veleiro mai lindo da Mui Nobre e Real Marina d'Alhandra.

Como ainda não sou proprietário de um 50 pés (houve reclamações nesse sentido), vi-me forçado a expandir as instalações.



Lançado o respectivo aviso á navegação, o convivas lá foram comparecendo á chamada, provocando uma parcial rotura do Stock de bebida existente, nomeadamento de Gin, situação que foi resolvida atempadamente.




No final do dia, a linha de flutuação já apresentava valores próximos do normal, uma vez que o stock a bordo ia diminuido, de salientar que como é normal nestas siutações, nunca tão poucos bebem tanto em tão pouco tempo.


Balancete final:


67 mines, 3 mines pretas, 2,750 ml de gin, 1,200 ml de água tónica,1,650 ml de Porto, 0,550 ml de Martini, 0,300 de aguardente medronho, 0,600 ml de whisky, 0,300 de Macieira, 1 lata de Ice tea.


Foi timidamente consumido 2/3 de um bolo de aniversário, cortesia (surpresa)da tripulação do Galileo


A todos os presentes, o autor destas linhas agradece, aos quais dou um conselho ou sugestão:


"Bebam água"


Para o "outros" digo: Só a inveja vos mata...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Não te deixarei morrer David Crockett (IV)

Adivinhem quem voltou para o vosso convívio, claro que não foi D.Sebastião, foi mais uma narrativa de ficção, daqueles episódios que cuja semelhança com a realidade é mera coincidência, ou qualquer coisa que a ser verdade, mais valia não ser coincidência.


O episódio de hoje chama-se "O Francês" ou "O Cerimonial Marítimo)


Dia 19 de Março do ano de 2011, da graça de Deus nosso Senhor, numa vila á beira rio plantada, rio esse que poderemos chamar Tejo, teve a "felicidade" de ver aproximar-se da Mui Nobre e Real Marina d'Alhandra, um veleiro de silhueta desconhecida, um Sloop de alumínio ostentando pavilhão de terras de França, vindo de Saint Malo, de seu nome Jean Frederic e o seu filho de 12 anos, aterram n'Alhandra, não se vislumbrando nenhum "dono" da marina, eu e o Rui Silva (o de Arruda), tomámos a iniciativa de ajudar nas manobras de atracagem e consequente cerimonial marítimo, como aliás é apanágio nestas situações.


Não sendo caso único, não é todos os dias que um navegador estrangeiro se atreve a passar as portas da Capital e sobe as águas do Tejo, já travei conhecimento com um casal anglo-nipónico que estando a dar a volta ao mundo, subiu até Valada, acabando por lá passar o verão, há dois anos também vi chegar a Valada um "Ketch" Britânico, e não nos podemos esquecer do casal francês que veio parar á marina de Vila Franca como seu "Ovni" de 7 metros e lá foi ficando.

O francês também cá foi ficando e contando as histórias dos tempos que passava no mar, sempre que regressava de viagem, lá o ia visitar ao barco, e com um "ça va bien" e outras coisas do género lá nos íamos entendendo, ao sábado á tarde a frase era "allez á lá ginja", o Jean lá se calçava á pressa, e saltava para dentro do "Blue Dolphins" e seguíamos viagem até á Ginginha.


Este fim sábado soube que o Jean se tinha ido embora, fazendo intenções de rumar á Madeira, Açores e finalmente Saint Malo, soube também, que não sendo a iniciativa de dois sócios, este ter-se-ia ido embora sem uma lembrança da sua paragem n'Alhandra. Não tendo o clube galhardetes para oferecer (shame on you), e não havendo responsável do clube presente, estes dois sócios compraram uma bandeira do clube e ofereceram ao Jean, isto em nome do clube, deixando em aberto que eventualmente o clube assumisse a oferta. Não só o clube não assumiu, como a resposta foi "tá pago e o clube precisa de dinheiro", uma resposta destas é de homem.


No entanto e pela simpatia que o Jean granjeou, houve um grupo de sócios que se quis juntar aos dois em questão, e o custo da bandeira (25,00 €, leia-se vinte e cinco euros), foi assumido pelos sócios abaixo mencionados:


Américo C. Lopes, Américo Caetano, Bruno Prazeres, Daniel Cavaleiro, Egidio Candeias, Francisco Amaral, Frederico Blanco de Sousa, João Rodrigues, João Ramos (cavalas), João Tibério, Joaquim Cabral, Jeremy Cavaleiro, Luis Silva (Tójó)Marco Santos, Miguel Gomes, Paulo Garrafão, Paulo Madaíl, Pedro Cabral, Valada de Sousa, Rui Miguel (Mega)Valentim Albuquerque, Vasco Gonçalves.


Agora, qualquer semelhança com a ficção, é mera realidade, senão vejamos: Há uns anos, vindo dos lados da Galiza, aportei em Aveiro, essa bela cidade pela qual me apaixonei, vindo enquadrado numa frota da Associação Aveirense de Vela de Cruzeiro, que entretanto me adoptou, travei conhecimento com o presidente daquela associação, na altura, Paulo Reis, que fazia questão de me dar um "recuerdo" da minha (na altura efemera) passagem pelo clube, vendo que não havia galhardetes do clube ou bandeiras disponiveis, arrancou da parede do clube a unica que havia e fazia parte da decoração, mas não me deixou sair de lá, sem o respectivo simbolismo e cerimonial a que os homens do mar estão habituados, e faz de nós pessoas diferentes.


in "Memórias de um tripulante"

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Antigo submarino "Albacora" de novo no activo

Em continuação do post anterior, concluímos que a nossa marinha, não teve outra alternativa senão colocar de novo o "Albacora" no activo, os testes de navegabilidade já começaram, foi iniciada a parte em que o submarino afunda, brevemente prevê-se que se realize a fase de testes para voltar á superficie, diga-se a flutuar.


Quando li, "Albacora" afunda-se no Tejo, vi logo que estava de novo no activo, lindo, somos mesmos um país de marinheiros.

(Foto: Correio da Manhã)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Submarino d'agua doce?

Atão não é que o nosso novo submarino, (e digo nosso porque também estou a pagar a factura) não estava preparado para as águas do Oceano Atlântico, atão os submarinos não navegam no Oceano Atlântico?
Ah, e o problema foi detectado em alto mar, altamente, atão o fornecedor não fez testes de mar, tou mesmo a ver, sem testes de mar era mais barato e nós aproveitámos, sempre servia de treino e fazíamos nós os testes.
Tudo isto se deve, (segundo um porta voz da Marinha) a um " problema de juventude, ou seja, estamos habituados a comprar sucata que só dá problemas por ser velha, agora uma coisa nova em folha, tem problemas por ser nova, ah, e o próximo ainda não chegou e dizem que já vem com o mesmo problema, tipo acessório.

Uma juventude problemática

Só os velhinhos patrulhas da classe "Cacine", que estão ao serviço desde o tempo das calendas, não têm destas modernices "problemas de Juventude", sinceramente.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Aviso á Navegação (coincidência ou não)

Hoje liguei a caixinha de surpresas e tinham-me enviado este aviso á navegação, sinceramente não entendi ... (Lol)
Mas não sei porquê, deu-me uma vontade louca de o partilhar, vá-se lá saber porquê?

GA49
MONSANTORADIO
102203 UTC JAN 11
NAV. WARNING 050/11
PORTUGAL-PORTUGAL CONTINENTAL
-COSTA OESTE
REBOCADOR COMANDANTE AGUAS
(IMO 6729438) REBOCA "OBELIX "
(PO/FF-146-AL) ENTRE PORTO DE
LEIXOES E O PORTO DE AVEIRO
COMPRIMENTO TOTAL DO REBOQUE
540 METROS.
ETD PORTO DE LEIXOES 102230
JAN11 HORAS LOCAIS.
ETA PORTO DE AVEIRO 110500
JAN11 HORAS LOCAIS
SOLICITA-SE RESGUARDO.
NNNN

O resguardo estende-se até ás cercanias do Tenebroso Mar da Palha, leia-se Alhandra

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Não te deixarei morrer David Crockett (III)

Mais uma vez e na saga das grandes narrativas e algumas deambulações pelas tascas e tascões da Costa a Norte do Cabo da Roca, até mesmo do Cabo Mondego, desta vez coube-me em sorte uma tasca de Albergaria-a-Velha, ou seria a-Nova? Não interessa, no entanto tenho lá em casa um mapa que diz onde fica, (tambem tenho um garrafão que diz Água do Luso) depois vejo melhor.

Vou aqui deixar duas situações deliciosas (para variar) narradas á mesa do "Chez Alameda" na voz do meu Tio e Engº João Veiga, entre pipas de vinho e uma aba de vitela, não sem antes passarmos pelo hall de entrada da dita tasca, onde se vendia artigos de 2ª necessidade, desde alfaias, fogões a lenha, laminas de barbear e WD 40.

Para reflectir e reflectir (tipo espelho)

- Então nunca tinhas vindo aqui e tal, pois agora desde que o cabrão do Socras meteu cobrança nas secutes, tenho almoçado por aqui, senão ainda têm de fazer uma adenda ao orçamento do estado devido ás receitas das minhas passagens para almoçar em Aveiro e tal.

Entretanto reparámos que o MB estava fora de serviço, por acaso o meu Tio tinha tinha crédito e em ultimo caso até tínhamos dinheiro, mas não foi preciso utilizar o crédito.
O meu Tio perguntou se podia pagar em dinheiro e o feliz proprietário lá lhe fez o favor, afinal já lá almoça há uns anos valentes.

Mas a talhe de foice, o meu tio conta a história de uma tasca local, onde almoçava também há uns valentes anos, (ele tem mau feitio e precisa de almoçar todos os dias) um dia sem dinheiro (nem crédito), pergunta a um infeliz proprietário se este não se importa de o deixar ir levantar dinheiro ao MB.
O meu Tio remata a narrativa "fizeram o favor de me deixar ir levantar o dinheiro e eu nunca mais lá fui". (depois de pagar, nada de confusões)

Outra situação foi noutra tasca local, onde no meio de uma mariscada, um dos convivas se sentiu ligeiramente mal disposto, (devia ser de alguma gasosa estragada), o feliz proprietário rapidamente se prontificou a solucionar o caso, "ah e tal o senhor não paga nada e tal", posto isto, todos se começaram a sentir mal, e o proprietário apressadamente passou a frase do singular para o plural.
Remate final: "Fiquei cliente"

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Alhandra, terra de fenómenos... náuticos.

Decidida-mente, o Entroncamento já era, a Mui Nobre e Notável Vila D'Alhandra, vai apresentar a candidatura a "Terra dos Fenómenos".
Então não é que o monte de blocos flutuantes de cor negra, fabricados em plástico de alguidar, deram lugar a 4 plataformas flutuantes motorizadas, diz-se que é um modelo experimental, como tal fizeram-se logo 4 unidades, não vá a coisa correr mal com as 3 primeiras, sempre há uma quarta, é assim que mandam as regras dos protótipos.

Estas plataformas estão equipadas com 2 motores de 20 HP a 4 tempos, consola central e direcção hidráulica, e estima-se o seu custo unitário em cerca de 75.000 €, nada mau a titulo experimental.

Quando questionado quando á eficácia deste projecto, um suposto semi-responsável, diz que tá tudo aprovado para navegar, inclusive o projecto tem cerca de 1.000 páginas, logo daqui se pode deduzir uma parcela de custos, o papel.
Inclusive o nosso IPTM, que tanta burocracia e dificuldades coloca na aprovação de um simples veleiro para navegação costeira, aprovou "isto". De um momento para outro, palavras, como "navegabilidade", "manobrabilidade", "estabilidade", (nem vou falar em segurança), deixaram de fazer sentido, mas isto é apenas um opinião e vale o que vale, ou seja, nada comparado com "isto", senão vejamos.


Os alguidares devidamente acondicionados e preso entre si por pernes de plástico, varandins,vergueiros e cunhos de amarração em material zincado, (normalmente os zincos colocam-se no casco), para o piso do convés, não podia faltar o contraplacado de cofragem.

Parece que "isto" vai "navegar" com pessoas lá em cima, ouve-se até falar que todas juntas, as 4 experimentais, vão servir de palco flutuante, estou ansioso por ver o rancho folclórico aos pulos, ou então ver as condições de navegabilidade, numa sulada, daquelas vindas do Tenebroso Mar da Palha.


Os motores a 4 tempos, bom investimento, ao menos se o projecto não der resultado, pode ser que estas unidades venham a reverter a favor dos clubes náuticos locais, pois, porque "isto", é propriedade de uma Câmara Municipal 2 milhas a montante do local onde nos encontramos, ainda não tinha dito, peço desculpa.

"Isto" pode ser fundeado com 2 ferros Danfort de 35 Kg cada, e é suspendido á manápula, tou mesmo a ver, um fundo de boa tença, tipo areia e lodo, depois de bem unhado e sob o efeito do vácuo, este ferrinho a ser levantado á mão, bem podem chamar os passeantes a participar na manobra. (notem o pormenor do "poste" galvanizado)


A Proa, esbelta como é norma em todas as embarcações. (valha-me N.ª Sr.ª do Cabo da Vila)

A primeira unidade a navegar, estilo ora côncavo, ora convexo, á estonteante velocidade de 3 nós.
Com esta já ganhámos, vivá Alhandra.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Cimeira da Nato - Aviso á Navegação


Atlântico Norte - Costa Oeste - Rio Tejo - Quase Mar da Palha
Marina d'Alhandra - Posição 38º 55’ 714 N 009º 00’ 299 W - Datum WGS 84

Avisa-se toda a navegação aero-marítima/fluvial, que a MAMA colocou á disposição da Cimeira da Nato, (que se realizará em Lisbonne no próximo fim de semana), as suas instalações na Real e Mui Nobre Marina d'Alhandra, Alhandra durante este período de tempo passará a chamar-se Alhandronne e o alcatrão passará a alcatronne.
O espaço aéreo da marina será interdito, pelo que todas as aeronaves, patos bravos, gaivotas desgarradas e outras aves de mau agoiro, serão abatidas sem aviso prévio.
Toda a navegação, kayaks, canoas, pranchas, barcos á vela, a motor e até a remos, deverão manter-se afastados, sob pena de serem afundados pelo submarino Barracuda que foi emprestado para o efeito, o novo não nos emprestaram porque ainda não tá pago.
Cá esperamos pelos camones, bifes, froguies e frittz, se não vierem é porque não quiserem.
Tá feito o aviso, depois não digam que não avisámos,

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Não te deixarei morrer David Crockett (Cap. II)

Como apanágio do livro com o mesmo nome, passamos mais um episódio que gostaria que não caísse no nosso esquecimento, chamamos a atenção para o facto, que o relato poderá ser pura ficção e qualquer semelhança com a realidade, é pura coincidência da boa.

- Crime, digo eu!

A tragédia, o horror, o drama.
Procuram-se classificações desaparecidas, um clube local, organiza um corrida de barcos á vela, mas na altura de dar prémios da prova do ano anterior (como é hábito), um alto responsável, afirma que um director que se havia entretanto demitido, havia, (vejam só horror, o drama) levado as classificações com ele.

A MAMA, vai ser totalmente imparcial nesta questão, até porque o referido director é cu-fundador desta prestigiada instituição, mas quisemos interrogar o visado com a questão.

Visado - "Pois é verdade, por todos os clubes por onde tenho passado e demitido, tenho o péssimo hábito de levar comigo todas as classificações de provas que organizei"

MAMA - Mas porquê? But why, Porquoi?

Visado - Apenas porque gosto de ser acusado por algo que não fiz quando não estou presente, e deste modo é sempre bom alguém ficar com as culpas da incompetência alheia.
É nas altura em que as coisas correm mal, que se assumem os erros e pega-se o touro pelos cornos, manda-se o Murphy á merda, e assume-se.
Sempre podemos fingir que vamos ao WC, e vamos embora.

Pronto, foi mais um dos muitos episódios que faremos os possíveis por recordar, como tudo isto é ficção, pode-se dizer que "aconteceu a um amigo de um amigo meu".

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

As "esperas" de touros 2 M a montante d'Alhandra

E cumpre-se a tradição de irmos de barco ás esperas de toiros, campinos e umas tantas vacas.

Coisa linda de se ver, havia de tudo, chapéus a 5 euros, 2 por 5 euros, um por um euro, queijadas de Sintra, almofadas para o cu, muita "jola" (abreviatura pós-moderna derivada do termo derivado da cerveja/cervejola).
Gente que veio de muito, mas muito longe para ver os toiros e as vacas, como o Sr. da foto, ilustre desconhecido, que um dia, ainda muito pequenino começou a andar nos barcos, fez carroças, desculpem, carroçarias, e ainda hoje faz barcos (e manjedouras para o gado).
Se alguém souber do seu paradeiro, deixe-se estar sossegado.


Momento de grande "aficcion" em que o Grupo de Moços Forcados Amadores d'Alhandra e Borda d'agua, se preparava para mais uma pega de cornos, o toiro, esse estava lá.


O Cabo, 1ª ajuda e o enrabujador, dos Moços Forcados Amadores d'Alhandra e Borda d'agua, após uma série de pegas de caras, o toiro não ficou na foto por motivos imprevistos, (é o que tá a dar).

Viva a festa brava e quanto mais brava melhor, a malta quer é sangue, há falta disso, pode ser do tinto.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A semana do Bacalhau

O bacalhau é um bicho dos diabos, adorado por uns, odiado por outros, uns comem-no á postas, outros preferem o rabo, dizem que até depois de morto continua a crescer, dizem.
Neste sentido e como apreciadores do dito cujo (á posta), organizámos a semana a comer bacalhau, a receita é simples, basta seguir os passos de 2 gajos que de férias e fartos de almoçar nas tascas dos arredores, lançaram mãos á obra, seja a 3 postas delicadamente retiradas de um bicho de 6,5 kg vindo directamente dos lados de Aveiro, leia-se Ílhavo, mais própriamente de um super-mercado da Gafanha da Boavista.

Os preparativos, grão d'um lado, bacalhau d'outro.

Dia 1 - Bacalhau cozido com grão:

Depois de bem demolhado (cerca de 2 dias e várias mudas de água), coze-se o bacalhau em água a ferver a 100 graus C (não fazer confusão com os ângulos rectos que fervem a 90º), quando o animal soltar a pele, junta-se do grão pré cozido dos frascos do Mini-Preço, espera-se um bocado e apaga-se o lume.
Não se juntaram ovos porque as postas eram grossas e cresceram.
Cada comensal tempera á sua maneira e come até se fartar, acompanha-se com vinho branco gentilmente oferecido pelo Zé Calçada.

Outros preparativos, leia-se ritual

Dia 2 - Salada de bacalhau com grão

Pega-se no bacalhau que sobrou do dia anterior e junta-se cebola picada, dispõe-se por camadas na travessa, para quem não gosta da cebola poder separar, ou quem não gosta do bacalhau poder comer o grão e o queijo de Nisa com pão da "padeiria" do largo da praça.
Tempera-se com pimenta, azeite e vinagre de vinho do Zé Calçada.


No final fica com bom aspecto, isto no primeiro dia, modéstia á parte

Dia 3 - Canzana de bacalhau
Pega-se numa frigideira das grandes, azeite e põe-se cebola a "aloirar", junta-se o bacalhau que sobrou do dia 2, assim como 8 ovos mexidos logo de seguida, alguma pimenta, misturar tudo muito bem, e servir ainda com o ovo húmido.
Não se tempera, nesta altura já só há minis a bordo.

Dia 4 - Salada de tomate com Rédon*

Pega-se no que restou do dia anterior, não se mexe muito, apenas QB, para soltar os bocados, faz-se uma salada de tomate quase maduro com oregãos por cima do Rédon.
Acompanha-se com umas garrafas de vinho abertas no fim de semana anterior.
Nota:
Todas estas receitas só fazem sentido se forem confeccionadas a bordo, como foi o caso, ou seja marinando (na marina).

*Prato derivado da alta "cuisine francesa", conhecido nos parques de campismo da Costa da Caparica como Restos d'ontem, neste caso também de anteontem.

Nota 2: Efectuei a correcção ortográfica mas acho que o Sr Windows não reconhece a palavra "Canzana"